terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Linha de instabilidade causa estragos no Conesul

Tempo muito severo atingiu o Conesul entre os dias 10 e 11 de Dezembro de 2012 provocando muita destruição na Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. As tempestades foram originadas a partir de uma frente fria que se formou ao sul da província de Buenos Aires e se deslocou rapidamente para norte impulsionada por centro de baixa pressão com valores muito baixos de 996hpa. Conforme este sistema avançava para o norte encontrava uma atmosfera muito aquecida sobre o Uruguai e o estado do Rio Grande do Sul com temperaturas que beiravam os 40°C nessas localidades, por exemplo Pelotas teve na tarde do dia 10 de Dezembro 36,4°C, Bagé registrou 37°C assim como cidades do centro e norte uruguaio.
Ainda havia corrente de jato em baixos níveis da atmosfera (JBN) que advectava ar quente direto do norte argentino, juntamente com umidade sobre essa regiões, instabilizando ainda mais a atmosfera (FIGURA 1). Configurada também em altos níveis, havia divergência sobre a região devido a aproximação de um pequeno cavado na borda da alta Bolívia ao sul da província de Buenos Aires ( FIGURA 2). Todo este quadro sinótico colaborou para o processo ciclogenético na região e a manutenção de intensa convecção sobre o Uruguai e Rio Grande do Sul, organizando então uma linha de instabilidade ( LI), como mostra as imagens de radar (FIGURA 3) e satélite ( FIGURA 4).


                                            Figura 1: Carta sinótico do nível de 850 hpa, mostrando corrente de jato.


                    Figura 2: carta de altitude (250 hpa) mostrando divergência produzida por cavado na borda da alta da Bolívia.



                                       Imagem de radar mostrando a intensa Linha de Instabilidade avançando sobre o RS.



                            Imagem de satélite no canal infravermelho mostrando a intensa convecção sobre a região.


As tempestades na (LI) era muito intensas com grande desenvolvimento vertical, devido a convecção profunda, gerando então células com grande potencial para destruição. A LI se deslocou rapidamente gerando incríveis frentes de rajada com formação de belas nuvens arcus, o que gerou rajadas de vento extremas em diversas regiões, por exemplo, Pelotas teve rajadas de 113,8 km/h, Quaraí registrou rajadas de 120,9 km/h, Canguçu teve rajadas de 115,8 km/h, Caçapava do Sul acusou rajada máxima de 106 km/h, assim como outras tantas cidades. As tempestades também provocaram queda de granizo por onde passaram, houve registro de granizo em Pelotas, Quaraí, Bagé, entre outras.

Com isso, os estragos foram muito extensos em todo território gaúcho, com queda de postes, árvores, placas de publicidade, rompimento de fios de alta tensão, etc...


Devido ao quadro sinótico que se configurava a equipe do Capincho Cumulus foi pra campo e registrou belas imagens das tempestades chegando a Pelotas e rajadas de vento muito intensas. Abaixo estão as fotos das tempestades multicelulares que se formaram na região e fotos dos estragos provocados em pelotas pelo vendaval.










Estragos



























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