terça-feira, 6 de maio de 2014

Alta instabilidade nas regiões do Paraguai, Argentina, Santa Catarina, Parana, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul


As regiões do Paraguai, Oeste de SC, Oeste de PR, Noroeste do RS, extremo Nordeste da Argentina e Sul do MS vem sendo marcadas por chuvas e tempestades nos últimos dias. Isto está ocorrendo devido a uma configuração na qual a atmosfera está sendo forçada a ficar instável.

Observando a Figura 3, nota-se que há uma espécie de canal onde as linhas de corrente são mais intensas nas mediações de onde se encontra o Paraguai em superfície, este canal é denominado de Jato Subtropical (JST) e percebe-se que este sofre uma bifurcação, isto é, na saída do JST temos divergência, consequentemente há convergência em superfície.
Analisando a Figura 4 percebe-se que há uma advecção de ar quente e úmido vindo de norte. Esta configuração acaba favorecendo a formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical, pois o ar quente tem como característica ser menos denso que o ar frio, assim a parcela de ar quente é forçada a se elevar, como temos convergência em superfície, esta parcela é facilitada/impulsionada a ascender na atmosfera. O vapor de água presente na parcela de ar úmido ao subir e atingir o seu ponto de saturação ou a sua temperatura de ponto de orvalho, no nível de condensação por levantamento, se condensa, liberando na parcela calor latente de condensação, de forma que a parcela fica mais aquecida, acelera na vertical e desenvolve uma torre de nuvem que se for muito ativa leva a formação de Cumulonimbus. Enquanto o ar no interior desta nuvem é mais quente do que o ar na vizinhança, a nuvem continua a crescer.

 Figura 1. Formação da nuvem.


Figura 2. Esquema de Divergência/Convergência.

A figura acima descreve o processo de convergência em superfície seguido de uma ascensão e então divergência em altos níveis da atmosfera. 

Figura 3. Animação das linhas de corrente no nível de 250 hPa.

Na animação acima observa-se o deslocamento do JST e a divergência (bifurcação) provocada na saída do mesmo.

 Figura 4. Animação das Linhas de corrente em 850 hPa.

Na animação acima pode-se visualizar a advecção de ar quente e úmido proveniente de uma convergência de ventos (corredor de vento de norte) de uma região de circulação anticiclônica provocada por um Anticiclone centrado no litoral Sudeste com uma região com circulação ciclônica provocada por cavados e posteriormente por um ciclone a leste dos Andes.  

Figura 5. Animação das imagens de satélite (GOES-13).

Na animação das imagens de satélite acima, observa-se a temperatura do topo das nuvens, quanto menor a temperatura, indica uma nuvem mais desenvolvida verticalmente (mais alta) e com maior potencial para precipitações. 

Segundo dados do Ogimet de precipitação em um intervalo de 24h, os acumulados na região foram de  92 mm em Uruguaiana, 66 mm em São luiz Gonzaga e 57 mm em Santa Maria no dia 04/05 e 165 mm em Pozo Colorado (Paraguai) no dia 05/05. Já na estação da Embrapa em Pelotas o acumulado do dia 04/05 foi de 40 mm.



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